domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal e Ano novo

No presépio era um evento, havia nascido o rei, lhe visitaram alguns magos, quantos eu não sei. O dia não é certo, mas comemoramos assim: 25 de dezembro, a festa de Natal. Comemos peru, pernil, tantas iguarias... Esquecemos muitas vezes o sentido real da festa. É sempre importante juntar a família, mas lembremos de tantas outras famílias e ajudemos um pouco ao menos. Famílias que festejam uma lata de sardinha, cuscuz, farinha. Lembremos de ajudá-los. Rezo para que tenhamos mesas fartas.
Lembro que desde pequeno ajudo meu pai a preparar a ceia, que adoramos de verdade cozinhar, principalmente no Natal. Sempre arrancamos aquele termômetro de plástico, fazemos a comida do nosso jeito. Farofa, arroz, peru, pernil. Cuidamos desde a montagem do prato para ir à mesa, até a preparação da sobremesa. Espero que todos fiquem satisfeitos com suas ceias, mas que ninguém esqueça o verdadeiro sentido de se comemorar.
FELIZ NATAL e ÓTIMO ANO NOVO!
RECEITA: PERU NATALINO
INGREDIENTES:
1 peru.
1 cabeça pequena de alho. 
Sal e pimenta do reino à gosto. 
300 ml de vinho branco seco. 
200 g de bacon sem couro. 
1 xícara de óleo. 
Uma pitada de tomilho desidratado. 
1 pedaço de gengibre (aproximadamente 1cm³).
1 rodela de abacaxi. 
3 folhas de louro.
PREPARO:
Bata todos os ingredientes, menos o bacon, no liquidificador. Retire o termômetro plástico que normalmente vem no peru. Faça alguns furos à fim de preencher com pequenos pedaços de bacon cortado. Coloque o peru para marinar, por pelo menos 6h, na geladeira. Coloque o peru numa assadeira com a parte do peito para cima, regue com a marinada, ou apenas parte dela, dependendo da altura da assadeira. Cubra com papel alumínio, verificando que não tenha furos. Asse em forno médio por aproximadamente duas horas. Depois retire o papel e deixe dourar. Quando retirar o peru do forno finalize fervendo um pouco de óleo numa panela pequena e jogando por cima do peru para deixar a pele crocante.
PERNIL ALARANJADO
INGREDIENTES:
1 pernil suíno sem osso. 
6 dentes de alho grandes. 
1 laranja cravo pequena. 
1 colher de suco de limão. 
4 folhas de louro. 
200 g de bacon sem couro. 
1 taça de vinho tinto seco. 
1 xícara de óleo de soja. 
Sal e pimenta do reino preta à gosto.
PREPARO:
Bata alho, laranja, vinho, óleo, bacon e suco de limão no liquidificador. Reserve. Tempere o pernil com sal e pimenta, depois misture as folhas de louro e os temperos liquidificados e deixe marinar por pelo menos 6h, na geladeira. É importante que não se fure o pernil. Após marinar reserve a mistura e leve o pernil para ser selado com um pouco de óleo numa frigideira grande, lembrando de não furar a carne. Depois de selar leve o pernil para assar em forno médio pré-aquecido, com o resto da marinada e cubra bem com papel alumínio para que o vapor não escape ao assar. Asse por aproximadamente uma hora. Retire o papel alumínio, se ainda tiver muito líquido na assadeira deixe evaporar um pouco e está pronto o pernil.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Creme de pimenta na revista Prazeres da Mesa

Quem puder adquirir a revista Prazeres da Mesa deste mês, faça o favor de olhar na parte de produtos, lá se deparará com o Creme de Pimenta Mestre Sôlha. Graças a Deus o esforço está sendo reconhecido.

Obrigado à revista Prazeres da Mesa

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Promoção sustentável!

Creme de Pimenta Mestre Sôlha

Devolva o pote vazio e com tampa e economize R$ 2,00 na sua próxima compra.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bacalhau à moda de Braga.

Prato feito pelos alunos de Cozinha Mediterrânea da Faculdade dos Guararapes.

Bacalhau à moda de Braga

300g de Bacalhau alto dessalgado.
1 Tomate – cortado em gomos.
10 azeitonas
100g de farinha de trigo
150 ml de óleo de soja
150ml de azeite de oliva
5 folhas de alface lisa
2 batatas cortadas em chips
Modo de fazer:
Passe o bacalhau na farinha de trigo
Misture o óleo e o azeite e use para fritar o bacalhau e as batatas.
Sirva o bacalhau com as batatas num prato forrado com a alface, e guarneça com as azeitonas e os gomos de tomate.



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tempurá de camarão - Alunos da Nassau.



Lembram aquela receita de tempurá de camarão bem fácil que eu coloquei aqui no blog? Esse ai é o prato que os alunos fizeram na aula prática de Cozinha Asiática na Faculdade Maurício de Nassau.

domingo, 28 de agosto de 2011

Curso ministrado no dia 27/08/2011 em Piedade.

Aqui estão algumas fotos do curso que aconteceu sábado, a aula foi super divertida. Cada aluno, além da esteira para enrolar sushi e da apostila, leva para casa sua barquinha recheada, embora saiam de lá com a barriga cheia.
 A diferença entre aluno e professor não consiste no caráter ou qualidade da pessoa, mas no conhecimento prévio e domínio da técnica necessária.
 Para mim, uma aula só é boa quando os alunos aprendem de verdade e se divertem. Para aprender é preciso mais do que disciplina, é preciso amor.
 Teve até sorteio de livro de gastronomia e o vencedor foi Wilton Viana, gente boa a figura, aliás, todos ai são pessoas ótimas de se trabalhar. Em breve você talvez encontre algum deles fazendo sushis por encomenda, trabalhando em algum restaurante japonês ou até mesmo abrindo seu próprio delivery de temakis.
Valeu galera!

Thomás Sôlha

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Graças a Deus o curso de sushi ta bombando neh!

Meus queridos amigos, alunos e leitores. Fico muito feliz com tamanha aceitação que se tem tido do Curso de Sushi do Chef Sôlha, todos têm saído bastante satisfeitos. As aulas estão sendo ministradas principalmente nos sábados e nas terça-feiras. O curso é feito mediante agendamento diretamente comigo pelo (81) 9226-6309 de acordo com a disponibilidade de horários e formação de turmas. As turmas devem ter sempre entre 5 e 10 alunos e o investimento é de R$ 80,00 incluindo apostila e esteira para sushi e de R$ 75,00 para quem já possui a esteira. Trabalho sempre com salmão, camarão e outro peixe, tenho optado pelo atum defumado que tem feito sucesso. Além é claro de todos os outros insumos que estão inclusos no valor do curso. Eu forneço todo o material necessário, inclusive panelas e facas. Lembrando que o curso não é voltado apenas para estudantes de gastronomia, pode ser feito por qualquer pessoa maior de 12 anos. Eu mesmo quando aprendi tinha apenas 13 anos.
Muito obrigado a todos que têm participado da minha vida, seja como amigo, aluno, leitor ou família!

Thomás Sôlha
Prof. de Gastronomia da Faculdade Maurício de Nassau e Faculdade dos Guararapes.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quem prepara a mesa?



Quem prepara a mesa do banquete real? Da festa do embaixador? Da presidenta e sua comitiva? Quem limpa o chão e o carpete? Quem espana os móveis e arruma as cadeiras? Quem lavou a toalha de fino linho e seus guardanapos? Quem polirá os metais nesta noite tão linda? Quem despertou ainda de noite e saiu para levar a galinha, o porco, os ovos para vender na feira para ser comprado pelo mercado e ser vendido aos compradores do palácio? Quem suou e rezou de sol a sol para que chovesse um pouco na hora certa para que o trigo brotasse e a alface não perecesse e a tomate lhe rendesse alguns centavos por quilos?
Quem ceifou o trigo na hora certa e colheu as uvas? Quem foi a Babette e o Vatel na hora palaciana enquanto seus próprios filhos choravam de fome e de abandono?
Tantas perguntas não feitas entre a degustação de vinhos finos harmonizados e entre queijos de deliciosos matizes que jamais serão experimentados por quem realmente os fez. Para que perguntas se a noite está tão galante e o cerimonial impecável?
Quem iluminou o salão e abriu a porta principal com um gesto curvo? Quem ficará depois recolhendo o lixo do luxo até cair exausto, para pegar duas conduções até seu casebre? Talvez consiga burlar a vigilância feita por um igual seu e leve algum pedaço de bolo mordido para a filha.
Quem cuida de todas as refeições do mundo de maneira silenciosa e servil para que o alimento chegue à mesa do senhor e da senhora, mesmo que seja desperdiçado. Quem transforma o arado em garfo e em arado de novo e em garfo numa eterna e fatigante jornada invisível? Quem recolherá o desperdício de cada mesa, de cada transporte, de cada safra, de cada manada? Quem paga a conta de quem se alimenta de lixo na terra que mana leite e mel?
A noite continua dançante ao som de uma valsa vienense ou de uma banda de jazz dos anos 40, quem notou a vida do garçom ou da copeira, senão apenas as notas da canção e a agilidade da bela moça de decote vermelho que pulsa roubando a atenção de quantos se vêem cegos no salão como num perfume de mulher.
Quem prepara a mesa é o mesmo que paga a conta, sem ser convidado para o banquete, como um fantasma que ronda a Europa na festa do baile da ilha fiscal.

Assuero Gomes

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Esse post ai é do meu pai - Canjinha Santa Clara.


Aquela canja das avós do interior, que curava gripe, constipação, mau olhado, sarampo, e tantas outras mazelas. Canja que não faz mal a ninguém, muito pelo contrário, que só faz lembrar o carinho da avó e o cheiro da fazenda e do fogo à lenha. Quem não gosta muito é a galinha...
Para duas pessoas (para que mais?), meio peito de galinha (se puder ser de capoeira, melhor ainda). Corta-o em tiras pequenas e tempera-se com sal, pimenta do reino, um pouquinho de vinagre, cebola fatiada bem fina, açafrão da Índia, alho espremido. Deixa descansar.
Após uns dez minutos, coloca-se óleo na panela e depois de quente sela-se a galinha; em seguida despeja-se água quente (meio litro).
Fervendo, coloca-se então duas colheres das de sopa (cheia) de arroz. Quando o arroz estiver bem cozido, coloca-se coentro picado. Está pronta a canjinha Santa Clara.

Assuero Gomes

Ps: espero que gostem

Thomás Sôlha

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Carne acebolada chinesa!

Carne acebolada.

Eu faço assim: corto a carne e a cebola em tiras bem fininhas, refogo a cebola num pouquinho de óleo de soja e reservo. Tempero a carne com shoyu (molho de soja) e amido de milho (maisena), misturo bem e refogo no mesmo óleo em que havia refogado a cebola. Dissolvo um tablete de caldo de carne numa panela com água quente e vou adicionando aos poucos na carne, quando o molho estiver do seu jeito, desligue e sirva.

Dica: se quiser um molho mais grosso acrescente mais amido de milho dissolvido em água fria. Se necessário corrija o molho com mais molho de soja.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tempurá, facinho de fazer né?!

Tempurá

Esse empanado japonês é muito fácil de fazer, existem receitas como a do Chef Yoshi em que se acrescenta ovo, mas a minha, que não é minha, é mais fácil ainda. Basta colocar água bem gelada numa tigela e ir adicionando farinha de trigo até conseguir uma consistência de massa de panqueca.
Coloque óleo numa panela e quando estiver bem quente é só passar o camarão, ou pedaços de peixe na massa de tempurá e jogar dentro do óleo. Depois é só servir com shoyu, não é necessário temperar o camarão antes, mas um sal e pimenta do reino vão vem em quase tudo.
Você pode empanar legumes com essa massa, use a criatividade, mas no caso de legumes muito duros, é legal dar uma pré-cozida antes de passar na massa.
Lembre que a cor da fritura deve ser dourada e não marrom!
Cebola em rodelas também ficam muito boas com essa massa.
Tente substituir a água por cerveja na mistura, o resultado vai ser também muito legal.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O cozinheiro.

De manhã acorda bem cedo, pedala mais que um atleta. Escolhe o peixe e o compra, depois encosta sua bicicleta. Põe sua dolman já cansada, já sem muita pompa, cheira uma trufa perfumada que em suas mãos lhe encanta. Lembra de temperos, de saladas, cada cheiro uma lembrança lhe aponta. Uma pontinha de aspargo; repolho; laranja. Um sonho de padaria, um sonho de esperança, um sonho que se sonhe junto e vire realidade. Entre panelas e cheiros, sabores e labores, muita vida pela frente. Vai trabalhar que o forno esta quente!
Alguns anos se passaram e o cozinheiro virou chef. Uma dolman bem bonita para quem do passado não se esquece. Deixou a barba crescer, não pegava mais em panelas. Isso no trabalho, porque em casa nunca ficava longe delas. Estava sempre inventando, sonhando novas receitas. Amava sua vida sem dores, protegida por sabores e adorava sua cerveja. Degustava muitos vinhos, era o mestre da harmonização. Tinha uma esposa e dois filhinhos, amava sua criação. Era tão feliz o homem, que nem preparava comida, ele fazia coisa melhor, nos fazia pensar na vida quando degustávamos cada uma de suas novas idéias.
Dedicava-se tanto àquilo, que se doava por completo. Quando veio perceber já havia escrito mais de 100 receitas para cada letra do alfabeto. Publicou então sua obra e plantou várias árvores. Publicou mais outros livros, ficou conhecido em todo o mundo: ensinou japonês a cozinhar arroz e também alemão a fazer salsicha, ensinou na França outras receitas tantas. Fez uma enciclopédia com todos os sabores, deu nome aos cheiros, classificou os melhores odores.
Quando estava bem velhinho decidiu que iria parar, dedicar-se somente à esposa, aos netos e o lar. Passou muito feliz alguns anos e depois Deus mandou lhe buscar. No seu enterro muitos vieram lhe saudar. E chegando lá no céu, não foi nenhuma surpresa, todos estavam lhe esperando em volta de uma grande mesa. Ele sentou no seu lugar, e se serviu do banquete. Perguntou inocentemente quem preparara toda aquela comida tão gostosa, e lhe foi dito o seguinte: esta comida foi preparada por tu durante toda tua vida, e não te espantes que ela agora esteja aqui, pois quando morremos não levamos conosco nada do que compramos, mas carregamos sempre conosco tudo aquilo que construímos com amor.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mesa ao vivo.

Hoje tem Mesa ao vivo!
Começa hoje o evento que é o mais badalado da gastronomia em Pernambuco, o evento serve para realização da revista Prazeres da Mesa que se auto intitula a bíblia da gastronomia e realmente é a mais importante do ramo aqui no país. Junto ao evento ocorre o Talento ao vivo, disputado este ano por alunos de 4 faculdades, mas na verdade é aberto a todas as instituições que possuem o curso superior de gastronomia no Estado, mas não sei por que motivo algumas não se inscreveram. O concurso é muito importante para os alunos, pois proporciona a oportunidade de concorrer à versão nacional do evento que ocorre no final do ano em São Paulo.
Quem puder conferir, vale a pena estar lá.

Yakisôlha - bem fácilzinho né?!

Galerinha querida do meu, quem não tiver algum dos ingredientes substitui por outros a seu gosto, e quem quiser fazer vegetariano substitui o caldo de carne por caldo de legumes.

você vai precisar de:
150g de macarrão do tipo soba.
100g de carne cortada em tirinhas ou pequenos retângulos.
100g de frango cortados em tirinhas ou pequenos cubos.
70g de camarão descascado.
Quanto baste (ou seja: à gosto) de cenoura, brócolis, couve flor e outras verduras à sua escolha, cortadas grosseiramente.
Óleo de soja para fritar.
Molho de soja (shoyu).
1 Tablete de cado de carne.
Amido de milho (maisena) dissolvido em água fria.
1 lapada(50ml) de saquê - vendem uns bem baratos próprios para uso culinário.
Quanto baste de açúcar.

Modo de preparo:
Deixe ferver uma panela com água e um pouco de sal, após fervura colocar o macarrão por 6 minutos e depois escorrer e reservar.

Aproveite a água do macarrão, que já estará fervendo, para cozinhar rapidamente os vegetais e reserve, lembrando que não devemos cozinhar mais de 5 minutos para não perdermos a crocância (no caso de utilizar pimentão, cebola ou outros vegetais mais moles do que os acima citados, no os cozinhe na água, apenas refogue junto com o macarrão).

Refogue a carne e o frango com um pouco de óleo e só por último, quando já estiverem quase finalizados, adicione o camarão que só deve receber 1,5 minutos de calor e reserve.

Dissolva o caldo de carne em aproximadamente 350ml de água quente, adicione shoyu aos poucos até obter a coloração desejada, acrescente um pouco de açúcar e prove, você é quem vai comer, então você é quem eve definir o sabor final do prato. Quando perceber que a quantidade de shoyu e de açúcar estão do jeito que você quer adicione aos poucos a mistura de água e amido de milho, espero apurar e veja se atingiu a consistência desejada, caso fiquei muito grosso adicione mais água e se ficar muito fino adicione mais amido diluído. Se você jogar o amido em pó no molho já quente ele vai embolotar todo e fica uma merda.

Assim que o molho estiver do seu jeito desligue. Frite rapidamente o macarrão em um pouco de óleo, podendo utilizar a panela "suja" que usou para as proteínas (carne, frango e camarão).

Misture as verduras e as proteínas no molho e jogue por cima do macarrão, está pronto o yakisoba - que significa yaki = frito, soba = macarrão (1 tipo de macarrão específico).

O yakisoba é um prato japonês de origem chinesa, mudando apenas alguns detalhes do macarrão chop suey, que é chinês.

PS: estou dando a receita de cabeça, então qualquer falha é só comentar aqui, ficarei feliz em corrigir.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Comida rimada.

Ontem eu fui lá na Grécia
Onde Deus é chamado de Teo
Gritei saravá meu pai
Saravá sarapatel

Lá tinha muito do azeite
E um tal de queijo féta
Onde a ovelha talha o leite
É lá que eu faço a festa

Todo mundo bebe vinho
Quase bebe azeite de oliva
É um bom lubrificante
Mas eu bebo é água viva

Engoli um tal de ouzo
Mas ouvi a turma chamar uzo
Segurei a minha mulher
Isso é bebida ou é o urso?

Fui ficando chateado
Vieram com um tal de Platão
Eu disse soca-tes naquele canto
Antes que eu chame palavrão

Pensei que o cara não entendia
O que eu dizia de fato
Mas ficou injuriado
E começou a sacudir prato

Fui me saindo feito um samba
No sapatinho e de ladinho
Escondi-me numa caçamba
E fiquei tomando vinho

Sarapatel.

Modéstia à parte, de sarapatel eu entendo. Amo a gastronomia do mundo todo, embora não como todos os pratos do mundo. Um sarapatel bem quentinho, saído na hora, é bom demais. Vai bem com pimenta, limão, pão ou farinha... tem gente que come com arroz, puro... o tal do sarapa é bom demais. Normalmente se tempera com vinagre, sal, pimenta, louro, cominho e um refogado.
Antes de falar no refogado, falarei brevemente no cominho: condimento que já era usado pelos celtas, passou pelos romanos e se firo entre os árabes. Pode olhar na wikipédia que lá vai dizer a mesma coisa, hehehehe. O detalhe é que no Brasil não costuma-se utilizar muito cominho, mas em Pernambuco, de forte influência árabe, o tempero cai no gosto da maioria da população e é melhor quando moído na hora, amo aquele cheiro que me lembra meu tio avô Paulo, sempre mandava cominho e colorau aqui pra casa, comprado na feira e moído na hora.
Sarapatel sem cominho não é sarapatel. A questão aqui é o segredo de se fazer um bom sarapatel, o cuidado na hora de refogar as verduras. Primeiro tem-se que cortar o sarapatel com muito carinho, miudinho, tempere ao seu gosto e reserve. Corte o alho bem cortadinho, em brunoise para quem entender o termo, reserve. Corte também em brunoise a cebola, pimentão verde e tomate maduro em abundância, mas  sem misturar um com o outro e reserve.
Derreta a banha do sarapatel e preste muita atenção na ordem do refogado: jogue o alho na banha quente e assim que liberar o aroma, mas antes que doure, jogue a cebola para refogar. Se a cebola entrar antes do alho no refogado, então o alho vai cozinhar na água da cebola e não é isso que queremos. Quando a cebola começar a ficar transparente, mas não dourada, adicione o pimentão, que deve entrar em menor proporção do que a cebola e o tomate. Refogue o pimentão até que comece a liberar um pouco de sua coloração verde no refogado, deixe amolecer e então acrescente o tomate, que deve ter sido cortado ainda com casca e utilizaremos até suas sementes. O tomate liberará muito líquido e então acrescentaremos o sarapatel cortado miudinho, refoga-se o sarapatel e aos poucos acrescenta-se água. Deixe cozinhar por um bom tempo, superior a 30 minutos, mas sem deixar ressecar demais, o caldo pode ser espessado com um pouco de sangue amassado e extrato de tomate.

Para 1k de sarapatel utilize pelo menos 300g de cebola, 10g de alho, 200g de pimentão e 400g de tomate, lembrando que pode-se utilizar mais de acordo com seu paladar. Utilize quanto baste de sal, pimenta do reino, cominho, louro e colorau. Lembrando sempre de utilizar um pouco de vinagre.

Comida boa não se mede como fórmula matemática, tem que ter carinho, tem que ter segredo e paciência pra cortar tudo certinho. Utilize um pouco de creme de pimenta mestre Sôlha para dar um sabor especial na preparação hehehehe.

Essa propagando da pimenta ta parecendo receita de bolo nas embalagens de açúcar, "1 xícara de açúcar refinado estrela".

Pessoal, qualquer dúvida ou falha na receita deixem comentários ou mandem um e-mail para profsolha@gmail.com e percebam que essa receita pode ser alterada de acordo com seu paladar.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Creme de Pimenta Mestre Sôlha.


Feito com pimentas orgânicas, azeite extra virgem, sal defumando e um toque de vinagre. Pode ser consumida diretamente ou diluída com vinagre (rende mais de um litro). Pela bagatela de R$ 10,00 um produto diferenciado para paladares diferenciados. (81) 9226-6309 ou profsolha@gmail.com
A bicha arde!

sábado, 7 de maio de 2011

Filé de Pescada Amarela com Arroz de Moqueca.


Ingredientes(2 pessoas):
·         500 g de pescada amarela
·         Sal, pimenta branca
·         30 ml de azeite de oliva
·         1 maracujá
·         20 g de açúcar
·         450 ml de caldo de peixe
·         10 g de manteiga
·         10 g de farinha de trigo
·         8 ervilhas tortas
·         20 g de manteiga
·         160 g de arroz parbolizado
·         10 ml de dendê
·         10 ml de leite de coco
·         10 g de cebola
·         2 dentes de alho
·         1 tomate
·         1 pimentão
·         Coentro, cebolinha e gelo (q.b.)

Modo de fazer:
1.Tempere os filés com sal e pimenta. 2 Chapeie por três minutos de cada lado e reserve 3 Refogue o alho e a cebola em azeite de dendê, acrescente o pimentão, o tomate, o coentro, cebolinha e sal. 5 Refogue o arroz nesse fundo e aos poucos acrescente o caldo de peixe até cozinhar o arroz.
Ervilhas tortas
1 Coloque as ervilhas em água quente por 45 segundos à 1 minuto, em seguida coloque no gelo para dar um choque térmico (isso fará com que o verde das ervilhas fique bem vivo). 2 Salteie as ervilhas na manteiga e reserve.
Molho
1 Faça suco de maracujá forte já adoçado e leve ao fogo. 2 Adicione o caldo de peixe e acrescente o roux para engrossar.

Por Thomás Sôlha
Adaptada da Receita "Pescada amarela com arroz de moqueca"", vencedora do concurso Talento ao vivo em Pernambuco, realizado pela revista Prazeres da mesa, de autoria de Thomás Sôlha e Leonardo Amaral.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O cozinheiro.

De manhã acorda bem cedo, pedala mais que um atleta. Escolhe o peixe e o compra, depois encosta sua bicicleta. Põe sua dolman já cansada, já sem muita pompa, cheira uma trufa perfumada que em suas mãos lhe encanta. Lembra de temperos, de saladas, cada cheiro uma lembrança lhe aponta. Uma pontinha de aspargo; repolho; laranja. Um sonho de padaria, um sonho de esperança, um sonho que se sonhe junto e vire realidade. Entre panelas e cheiros, sabores e labores, muita vida pela frente. Vai trabalhar que o forno esta quente!
Alguns anos se passaram e o cozinheiro virou chef. Uma dolman bem bonita para quem do passado não se esquece. Deixou a barba crescer, não pegava mais em panelas. Isso no trabalho, porque em casa nunca ficava longe delas. Estava sempre inventando, sonhando novas receitas. Amava sua vida sem dores, protegida por sabores e adorava sua cerveja. Degustava muitos vinhos, era o mestre da harmonização. Tinha uma esposa e dois filhinhos, amava sua criação. Era tão feliz o homem, que nem preparava comida, ele fazia coisa melhor, nos fazia pensar na vida quando degustávamos cada uma de suas novas idéias.
Dedicava-se tanto àquilo, que se doava por completo. Quando veio perceber já havia escrito mais de 100 receitas para cada letra do alfabeto. Publicou então sua obra e plantou várias árvores. Publicou mais outros livros, ficou conhecido em todo o mundo: ensinou japonês a cozinhar arroz e também alemão a fazer salsicha, ensinou na França outras receitas tantas. Fez uma enciclopédia com todos os sabores, deu nome aos cheiros, classificou os melhores odores.
Quando estava bem velhinho decidiu que iria parar, dedicar-se somente à esposa, aos netos e o lar. Passou muito feliz alguns anos e depois Deus mandou lhe buscar. No seu enterro muitos vieram lhe saudar. E chegando lá no céu, não foi nenhuma surpresa, todos estavam lhe esperando em volta de uma grande mesa. Ele sentou no seu lugar, e se serviu do banquete. Perguntou inocentemente quem preparara toda aquela comida tão gostosa, e lhe foi dito o seguinte: esta comida foi preparada por tu durante toda tua vida, e não te espantes que ela agora esteja aqui, pois quando morremos não levamos conosco nada do que compramos, mas carregamos sempre conosco tudo aquilo que construímos com amor.